Análise Morfológica e Sintática (Morfossintaxe): entenda o tema de uma vez por todas!

   Você tem aulas de gramática e — mesmo com o esforço feito pela professora de te ensinar — ainda não consegue compreender os conceitos básicos da Morfossintaxe?
   
   Não se preocupe! Aqui iremos deixar tudo esclarecido para você.
   
   O estudo da gramática de uma língua geralmente é feito de forma pedagógica sob 4 aspectos: fonemas, morfemas, gramemas, sintagmas e unidades de relação de sentido (semântica).

Mas afinal, o que é Morfossintaxe? 

   A Morfossintaxe é o estudo de relação entre a classe gramatical de uma palavra e a sua função sintática na oração, enquanto morfologia tem a ver com forma, sintaxe significa combinação.

Como realizar a análise Morfossintática?   

   Quando a análise é estabelecida no âmbito da palavra e da frase (oração), ou seja, quando o estudo envolve classe gramatical e função sintática, se faz a análise morfossintática (Morfossintaxe).

   A língua portuguesa não é uma ciência exata, mas se tratando de morfossintaxe, é possível elaborar um pensamento objetivo, pois as funções sintáticas são definidas de forma prévia, sendo de suma importância para quem lê e escreve estabelecer uma conexão de sentido entre morfologia (classe de palavras) e sintaxe (estrutura).

   Veja, a seguir, um vídeo explicativo sobre o tema:

Explicando a análise morfológica...

   A análise morfológica é o estudo das classes de palavras de uma oração de forma individualizada. Essas classes são as seguintes: 
  • Substantivo: classe gramatical que dá nome a seres, coisas, espaços, sentimentos etc;
  • Adjetivo: palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, característica, aspecto ou estado;
  • Artigo: palavras que se antepõem aos substantivos para indicar se esses têm um sentido individual;
  • Verbo: palavra que indica ação, movimento, estado ou fenômeno meteorológico. Pode sofrer variações de acordo com suas flexões;
  • Numeral: corresponde a uma classe gramatical com intuito de quantificar os seres, para isso divide-se em quatro grupos: cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários;
  • Pronome: conjunto fechado de palavras de uma língua que podem substituir, modificar ou retomar substantivos variados, ou frases derivadas deles, na formação de sentenças, tratando-se de um tipo particular de proforma;
  • Preposição: classe de palavras invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido;
  • Advérbio: classe gramatical das palavras que modifica um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio;
  • Conjunção:  é um termo que liga duas orações ou duas palavras de mesmo valor gramatical, estabelecendo uma relação entre eles;
  • Interjeição: são palavras invariáveis que exprimem estados emocionais, ou mais abrangente: sensações e estados de espírito; ou até mesmo servem como auxiliadoras expressivas para o interlocutor, já que, lhe permitem a adoção de um comportamento que pode dispensar estruturas linguísticas mais elaboradas.
   A análise das classes de palavras, são realizadas sem considerar sua ligação com outras palavras.

Agora é a vez da análise sintática!

   A análise sintática realiza uma análise como um todo das palavras de uma oração, ou seja, a função que os termos desempenham na sua formação. Esses termos são os seguintes:
  • Sujeito: é um dos termos essenciais da oração, geralmente responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado. Ele é o termo com qual o verbo concorda.
  • Predicado: é um dos termos essenciais da oração, juntamente com o sujeito. Define-se o predicado como tudo aquilo que se diz ou o que se declara sobre o sujeito, ou tudo aquilo que se informa sobre o sujeito, que é o termo com o qual verbo.
  • Complemento Nominal:  é o termo que, acrescentando a outro termo da oração, explica ou esclarece o sentido de um nome.
  • Adjunto Adnominal: é o termo acessório da oração que tem a função de caracterizar ou determinar um substantivo.
  • Agente da passiva: é o termo que indica quem ou o que executa a ação de um verbo na voz passiva. Esse termo vem sempre depois de preposição. 
  • Adjunto adverbial: é uma palavra ou um grupo de palavras que modifica ou define mais de perto a frase ou o verbo.
  • Aposto: é uma construção gramatical em que dois elementos, normalmente frases substantivas, são colocados lado a lado, com um elemento servindo para identificar o outro de uma maneira diferente.

Explicando mais a fundo as unidades linguísticas e os seus níveis de análise

   É possível estabelecer o que se convenciona chamar de hierarquia gramatical, que é a escala de unidades linguísticas organizadas conforme graus de posição que seguem princípios que constituem a língua, ou seja, as unidades linguísticas organizadas conforme graus de posição que seguem princípios que constituem a língua, ou seja, as unidades linguísticas combinam-se, formando unidades em níveis de construção complexos e de diferente funcionalidade. Dentro deste contexto, a menor unidade significativa da língua é o morfema, que se combina a outros morfemas para formar a unidade imediatamente superior, o vocábulo (palavra), que, por sua vez, combina-se a outros vocábulos para formar o sintagma.

Lexemas ou Morfemas Lexicais

   As palavras que são carregadas semanticamente em relação ao mundo biossocial constituem os lexemas ou morfemas lexicais da língua portuguesa, ou seja, é a unidade básica do léxico, onde o mesmo se põe em relação com a língua e o vocabulário com a palavra (fala). São eles: substantivos, adjetivos e verbos.

Gramemas ou Lexemas Gramaticais

   Quanto ao segundo grupo, trata-se dos morfemas que têm como função apenas relacionar os elementos do primeiro grupo, é um morfema gramatical, por oposição aos morfemas lexicais ou lexemas, podendo ser independente (artigos, preposições, certos advérbios) ou dependente (os diversos afixos: in-, oso, etc.).

   Os elementos deste grupo denominam-se gramemas ou morfemas gramaticais, são eles: preposição, conjunção, artigo.

Gramemas  Independentes

   São os artigos e pronomes possessivos.

   Artigos definidos: o(s), a(s); indefinidos: um(ns), uma(s).

   Pronomes possessivos: meu/minha, teu/tua, seu/sua, nossa/nossa, vosso/vossa.

   Pronomes demonstrativos: este(a), estes(as); esse(a), esses(as); aquele(a), aquele(s), aquela(s).

   Pronomes indefinidos: certo(s), certa(s); algum(ns), alguma(s); qualquer, quaisquer; nenhum(ns), nenhuma(s).

   Pronomes relativos: que; quem; o(s) qual(is), a(s) qual (is); cujo(s), cuja(s), onde.

   Pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele, nós, vós, eles.

   Pronomes pessoais do caso oblíquo: o(s), a(s), lhe(s), me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo, conosco, convosco.

   Quantificadores: numerais, alguns advérbios, como “muito”, “pouco”, “demais”; alguns

Gramemas Dependentes 

   Esse tipo de morfema gramatical aparece sob a forma de afixos (prefixos e sufixos), vogal temática, desinências nominais (de gênero e número), desinências verbais (de modo, tempo, número e pessoa). Eles não exercem autonomia para vocabular, ou seja, apenas fazem parte de matriz vocabular anterior. 

   Advérbios nominais = a maioria deles originam-se de um adjetivo + sufixo mente (sutil + mente = sutilmente).

   É possível compreender que há três classes básicas constituídas por morfemas lexicais, as quais correspondem às classes do substantivo, do adjetivo e do verbo. As demais classes gramaticais têm função apenas gramatical, são os gramemas, que remetem exclusivamente à superfície linguística, constituindo o que se denomina “inventário fechado”, em oposição a “inventário aberto”, relativo aos lexemas.

   Morfemas gramaticais: gramemas (inventário fechado, memorizado).

   Morfemas lexicais: lexemas (inventário aberto, produtivo da língua).

Os benefícios de estudar a Morfossintaxe

   O estudo da morfossintaxe nos auxilia na produção textual, permitindo-se redigir textos muito mais elaborados, dentro das regras da gramática normativa. O seu bom entendimento nos possibilita uma melhor análise, leitura, e consequentemente, melhor compreensão de textos. Para que todas as unidades linguísticas que são indicadas passem de forma efetiva a exercer qualquer função significativa ou comunicativa, é necessário sempre que se organizem ao menos em duas unidades. Assim é preciso que se juntem um radical e uma desinência para que tenhamos um vocábulo autônomo, ou para que se forme um sintagma nominal a partir de um artigo somado a um pronome possessivo e a um núcleo substantivo.

   É preciso compreender que o estudo referido não considera os aspectos sociais da língua, fixa-se somente nos termos gramaticais, morfológicos e sintáticos. Sendo assim a morfossintaxe é o estudo das palavras nos aspectos morfológico e sintático, simultaneamente.

   Dentro deste contexto, é proposto a distinção entre eixo sintagmático (eixo horizontal de relações de sentido entre as unidades da cadeia falada, que se dão em presença), no que se diz o estudo da sintaxe, e eixo paradigmático (eixo vertical das relações virtuais entre as unidades comutáveis, que se dão em ausência), que está relacionado com as classes de palavras.

   É possível observar que, qualquer umas das formas que compõe a frase, se isolada, é possível fazer um corte vertical e encontrar outras formas possíveis de serem escolhidas:
 

   Sempre será uma análise sintática o estudo que envolver relações de pelo menos duas unidades que estão na mesma linha horizontal, isto é, no eixo sintagmático. Por essa razão que se diz que o campo de atuação da sintaxe é o eixo sintagmático e o da morfologia é o eixo paradimático.

Tipos de sintagmas

   Os sintagmas constituem uma unidade significativa, mantendo entre si relações de dependência e de ordem, uma vez organizados em torno de um elemento fundamental denominado núcleo.

   Os sintagmas se subdividem em: nominal, verbal, adjetivo, adverbial e preposicional.

Sintagma Nominal

   É constituído de um nome e seus respectivos determinantes. Geralmente são representados pelo sujeito e pelos complementos verbais da oração. 

   Exemplo: "Os alunos entregaram os livros."

   Temos, nesta oração, dois sintagmas: os alunos, cujo núcleo é “alunos” e o complemento verbal representado pelo objeto direto, cujo núcleo é “livros”.

Sintagma Verbal

   Constitui o predicado da oração, em que o núcleo é o próprio verbo.

   Exemplo: "As visitas chegaram."

   Temos o sujeito – as visitas; e o predicado – chegaram, representando, assim, o sintagma em evidência.

Sintagma adjetivo

   É constituído do complemento nominal e seus respectivos advérbios modificadores e pelo predicativo, introduzido pelo verbo de ligação. Observe:

   "Aquele homem está feliz."

Temos o sintagma adjetivo, representado pelo predicativo do sujeito “feliz”.

Sintagma adverbial

   É formado pelo advérbio e seus modificadores, tem como núcleo um advérbio e é núcleo do adjunto adverbial.

   Exemplo: "Jamais acreditarei em você."

   Temos que o advérbio de negação “jamais” representa o sintagma adverbial.

Sintagma preposicional

 Tem como núcleo uma preposição.

 Exemplos:

"Leia para aprender mais."

ou

"Eles passaram pela cidade."

Hora de decompor os sintagmas!

   Os tipos de sintagmas podem ser decompostos, facilitando assim a compreensão de fatos semânticos e o domínio da língua. O passo inicial é tomar o núcleo verbal da oração como referência.

Sintagmas Autônomos

   Os sintagmas autônomos são os que podem ser deslocados no eixo sintagmático da oração.
   
   Exemplo: "Todos aqueles brinquedos de cores alegres."
         
=> Formação do SN: pré-det. + det. + núcleo subst + SP [todos + aqueles+ brinquedos + de cores alegres]

   Exemplo: "Do quarto dos fundos."

=> Formação do SP: prep. [de] + SN [o quarto dos fundos]

Sintagmas Internos

   Os sintagmas internos são subordinados a outros sintagmas, visto que se encontram dentro deles e, por isso, não podem ser deslocados na oração.

   Exemplo: "De cores alegres"

=> Formação do sp: prep. [de] + SN (núcleo subst. [cores] + modif. [alegres])

   Exemplo: "Dos fundos"

=> Formação do sp: prep. [de] + SN (det. [os] + núcleo subs. [fundos]). 

Conclusão

   A escrita não é uma aquisição espontânea para quase totalidade das pessoas que vivem em uma sociedade letrada. O domínio da escrita decorre de um processo sistemático de aprendizado onde se faz necessário que se tome a língua não só como instrumento de comunicação, mas também como objeto de aprendizado. 

   Os estudos da análise morfossintática e sua relação com a aprendizagem da linguagem escrita revela o caráter multidimensional desta habilidade, cujas dimensões podem requerer níveis diferentes de processamento e apresentar valor preditivo diverso na aquisição da leitura e escrita, examinando os efeitos do conhecimento de sufixos sobre a escrita, demonstrando o entendimento das flexões e das derivações.




Beatriz Christine Moreira | R.A. F016064
Cláudio Adriano Da Costa | R.A. F03FJJ3
Driale Cristina Ferreira da Silva | RA: N4398H1
Maisa Carolina Leite Alves | RA: N4074B4
Oliver Gadioli Cursino | R.A. N534451



Comentários

  1. Puxa, Cláudio, se internalizarmos todo o conteúdo postado, muito bem organizado por vocês, já tiraram dez em tudo. Parabéns pelo conteúdo postado.

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