INTERTEXTUALIDADE
GIOVANA TOLOTO MÜLLER D890395
JULIA DA SILVA CORRÊA N4003J8
JULIA DE SOUZA RIBEIRO D99BAB3
LÚCIO DA MOTTA VIEIRA F008070
INTRODUÇÃO
A
presente Atividade Pratica Supervisionada (APS) da matéria Teorias do Texto, baseia-se
em promover um conhecimento único para todos os alunos, unindo teoria e
prática, o tema Intertextualidade, visando a sua atuação para alunos do ensino
fundamental.
O trabalho foi dividido em duas
partes, um relatório escrito e uma postagem no blog, plataforma usada Blogger,
onde devemos postar sobre o tema escolhido como um suporte de estudo para
alunos e docentes.
CONTEXTUALIZAÇÃO
O termo “meme”, criado por Richard Dawkins (2007),
significa algo que se replica no tempo e no espaço e que permite a transmissão
cultural. Tudo que uma pessoa é capaz de aprender ou imitar pode ser
considerado um meme. Nós humanos somos a unidade replicadora de memes, que
assim atingem a perpetuidade.
A passagem de um meme de um indivíduo para outro está
sujeita a modificações, pois além de memorizar, o cérebro é capaz de fazer uma
releitura, uma nova réplica do que foi absorvido. A partir dessas definições,
podemos entender melhor a funcionalidade de um meme na internet.
A
INTERTEXTUALIDADE
Considerado
um dos mecanismos mais utilizado entre textos da língua portuguesa, a
intertextualidade trata-se de uma semelhança entre textos, sejam ele da mesma
essência ou não. A intertextualidade é um mecanismo muito utilizado na
literatura, na música, na televisão, assim como na linguagem coloquial. De acordo
com Izidoro Bilkstein (1994), para que a intertextualidade ocorra é necessário
que se apresente um texto que inspire a produção do denominado “texto-fonte”.
A ligação utilizada entre textos
podem ser explícita ou implícita. Na intertextualidade explicita, ficam nítidas
as fontes nas quais o texto se baseou e acontece de maneira intencional,
podendo ser encontrada em resumos, resenhas, citações e traduções. Nos poemas
Carlos Drummond de Andrade e Chico Buarque de Holanda, veremos um exemplo de intertextualidade
explicita.
Poema de sete faces
Quando
nasci, um anjo torto
desses
que vivem na sombra
disse:
Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As
casas espiam os homens
que
correm atrás de mulheres.
A
tarde talvez fosse azul,
não
houvesse tantos desejos.
O
bonde passa cheio de pernas:
pernas
brancas pretas amarelas.
Para
que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém
meus olhos
não
perguntam nada.
O
homem atrás do bigode
é
sério, simples e forte.
Quase
não conversa.
Tem
poucos, raros amigos
o
homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu
Deus, por que me abandonaste
se
sabias que eu não era Deus,
se
sabias que eu era fraco.
Mundo
mundo vasto mundo
se
eu me chamasse Raimundo
seria
uma rima, não seria uma solução.
Mundo
mundo vasto mundo,
mais
vasto é meu coração.
Eu
não devia te dizer
mas
essa lua
mas
esse conhaque
botam
a gente comovido como o diabo.
Carlos Drummond de Andrade
|
Até o fim
Quando
nasci veio um anjo safado
O
chato do querubim
E
decretou que eu estava predestinado
A
ser errado assim
Já
de saída a minha estrada entortou
Mas
vou até o fim
"inda"
garoto deixei de ir à escola
Cassaram
meu boletim
Não
sou ladrão, eu não sou bom de bola
Nem
posso ouvir clarim
Um
bom futuro é o que jamais me esperou
Mas
vou até o fim
Eu
bem que tenho ensaiado um progresso
Virei
cantor de festim
Mamãe
contou que eu faço um bruto sucesso
Em
quixeramobim
Não
sei como o maracatu começou
Mas
vou até o fim
Por
conta de umas questões paralelas
Quebraram
meu bandolim
Não
querem mais ouvir as minhas mazelas
E
a minha voz chinfrim
Criei
barriga, a minha mula empacou
Mas
vou até o fim
Não
tem cigarro acabou minha renda
Deu
praga no meu capim
Minha
mulher fugiu com o dono da venda
O
que será de mim?
Eu
já nem lembro "pronde" mesmo que eu vou
Mas
vou até o fim
Como
já disse era um anjo safado
O
chato dum querubim
Que
decretou que eu estava predestinado
A
ser todo ruim
Já
de saída a minha estrada entortou
Mas
vou até o fim
Chico Buarque de Holanda
|
Após a leitura dos dois textos, é
possível observar que o poema de Drummond desempenhou o papel de texto fonte
para a música de Chico Buarque.
A intertextualidade implícita exige
um pouco mais de atenção e análise pois esse tipo de texto não se encontra na
superfície textual, não fornecendo ao leitor elementos que possam ser
imediatamente relacionados com algum outro texto fonte. A intertextualidade
implícita é partilhada entre textos de paródia, irônicos e em apropriações.
Hora do mergulho
feche a porta, esqueça o barulho
feche os olhos, tome ar: é hora do mergulho
eu sou moço, seu moço, e o poço não é tão fundo
super-homem não supera a superfície
nós mortais viemos do fundo
eu sou velho, meu velho, tão velho quanto o mundo
eu quero paz:
uma trégua do lilás-neon-Las Vegas
profundidade: 20.000 léguas
"se queres paz, te prepara para a guerra"
"se não queres nada, descansa em paz"
"luz" - pediu o poeta
(últimas palavras, lucidez completa)
depois: silêncio
esqueça a luz... respire o fundo
eu sou um déspota esclarecido
nessa escura e profunda mediocracia.
Engenheiros do Hawaii
Na letra da música acima, ocorre uma
referência ao famoso provérbio latino “se
uis pacem, para bellum”, cuja tradução é “Se queres paz, te prepara para a
guerra”.
Existem oito diferentes formas de
realizar a intertextualidade, sendo elas as mais comuns: Paródia, Paráfase,
Epígrafe, Citação, Alusão, Bricolagem, Pastiche Tradução.
·
Parodia: Recriação de uma obra com tom de
ironia com o objetivo de gerar entretenimento, transmitir um teor critico,
irônico ou satírico.
Fonte: InfoEscola, 2008
O
conjunto imagem e texto inserem o meme na vertente da paródia critica, as
referencias utilizadas são os quadros O
Grito, de Edvard Munch e Mona Lisa,
de Leonardo da Vinci.
· Epígrafe: texto inicial de outro autor,
utilizado por um escritor para abrir seu texto.
·
Citação: Ato de referenciar uma passagem
escrita por outro autor em seu próprio texto, colocada entre aspas e identifica
o nome do autor original.
“Ser
ou não ser, eis a questão”, Hamlet.
· Bricolagem: Comum no mundo da pintura e da
música é a criação de textos através do uso de diferentes fragmentos de outros
textos.
·
Tradução: Recriação de uma obra original,
preservando o sentido, o tom e o estilo do autor.
· Paráfrase: Reformulação de um texto, trocando
as palavras e expressões originais, mantendo a ideia central da informação. Por
exemplo:
Texto
Original
“Ai que moleza no corpo. Uma vontade de me estender no chão. Deixar
que o capim cresça em volta. Deixar que os insetos, os fungos se abriguem em
mim. Estranha alegria em virar uma paisagem”.
|
Paráfrase
“Ai que fraqueza nos membros. Um desejo de deitar no piso. Permitir
que o mato aumente ao redor. Permitir que os insetos, os fungos se alojem em
mim. Desconhecida esta felicidade de se transformar numa paisagem”.
|
· Alusão ou referência: Uma ligação sutil,
insinuação ou sugestão a outros personagens, pessoas, locais, acontecimentos ou
outras obras.
Fonte: Propaganda da Bombril,
1998
Na
imagem, o ator se veste de Monalisa para fazer alusão ao quadro de Leonardo da
Vinci. Ocorre também quando a propaganda trata o resultado do produto como uma
obra de arte.
·
Pastiche: Apropriação de trechos em seus
textos.
CONCLUSÃO
O reconhecimento da
intertextualidade existente entre textos de estilos variados, potencializando a
capacidade de compreensão e interpretação dos textos a partir da ampliação do
seu conhecimento de mundo. Visto que a intertextualidade como pode perceber, é capaz de acontecer
com textos dos variados gêneros: podendo surgir em uma letra de música, em um
poema, nos textos em prosa e até mesmo nos textos publicitários. Só é capaz de
reconhecê-la o leitor habilidoso, aquele que já entrou em contato com diversos textos-fonte
ao longo da vida. Isso significa que a interpretação de texto não depende
apenas do conhecimento do código (língua portuguesa), mas também das relações
intertextuais que influenciam de maneira decisiva o processo de compreensão e
de produção de textos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BLOG SIGNIFICADOS.
Significado de Paráfase. Disponível
em: https://www.significados.com.br/parafrase/>
Acesso em 13/05/2019.
BARROS,
D. L. P.; FIORIN, J. L. Dialogismo,
Polifonia, Intertextualidade: Em torno de Bakhtin, 2. Ed. São Paulo: Edusp,
2003.
BLOG
FIGURA DE LINGUAGEM. Alusão. Disponível
em: https://www.figuradelinguagem.com/alusao/
Acesso em: 13 de maio de 2019.
BLOG SB COACHING. Relacionamento Interpessoal. Disponível em: https://www.sbcoaching.com.br/blog/atinja-objetivos/relacionamento-interpessoal/
Acesso em: 13 de maio de 2019.
BLOG SIGNIFICADO.
Significado de Bricolagem. Disponível
em: https://www.significadosbr.com.br/bricolagem
Acesso em: 13 de maio 2019.
BRITO,
Raquel. Tipos de intertextualidade:
saiba tudo sobre as relações entre textos. Disponível em: https://www.stoodi.com.br/blog/2018/07/05/tipos-de-intertextualidade/
Acesso em: 13 de maio de 2019.
PEREZ,
L. C., Texto e Intertexto. Disponível
em: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/texto-intertexto.htm
Acesso em: 13 de maio 2019.
SILVA,
D. C. A. Parodia. Disponível em: https://www.infoescola.com/generos-literarios/parodia/
Acesso em: 13 de maio de 2019.
TODA
MATERIA. Tipos de intertextualidade.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tipos-de-intertextualidade/
Acesso em: 13 de maio 2019.
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