Poesia e Prosa
Poesia
Poesia é um gênero literário caracterizado pela composição de versos estruturados de forma harmônica. Se utilizarmos de um sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove e desperta sentimentos no leitor ou ouvinte. Identificar uma poesia torna-se fácil quando se compreende a sua estrutura e os elementos que compõem um poema, tais quais o ritmo, os versos e as estrofes, que definem a métrica (recurso consistente na utilização de recursos literários específicos que distinguem o estilo de um poeta) de um poema.
Poesia Lírica de Vinicius de Moraes:
Soneto de separação
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
Vinícius de Moraes
Análise da Poesia:
Nesta poesia, o eu-lírico apresenta o amor em suas múltiplas manifestações: felicidade, pranto, drama, entrega, espanto, paixão. Com essa postura o poeta intuiu o fim do patriarcalismo nas relações afetivas do Brasil e soube cantar uma nova concepção sentimental, mais concreta, mais livre de preconceitos, mais atento às mulheres. O Soneto da Separação destruiu noções como o da eternidade do amor – dogma do patriarcalismo. O texto poético se refere a um intenso amor vivido, mas que de repente se acabou. Este poema é um Soneto (mais de 14 versos) e 4 versos.
Prosa
Exercícios
1- Leia o texto abaixo e responda:
Mariana, passarinho
Então vai meu passarinho
vai pro sul fazer teu ninho
que eu procuro outro consolo
que eu te espero aqui sozinho
Se é o melhor pra ti
mas saiba que eu te espero
menina eu te quero-quero
menina eu bem-te-vi
Bem te vejo todo dia
quando voa ao meu amor
hoje sei que em nossos beijos
sou eu quem beija-flor
Logo logo eles verão
que essa linda andorinha
que já não digo que é minha
sozinha fez meu verão
Eu até chego a sentir pena
das tuas penas de pardal
que pesam no teu perdão
do teu voo matinal.
Então vai meu passarinho
vai pro sul fazer teu ninho
que eu te espero na gaiola
que eu choro aqui sozinho.
Mas ei pássaro
meu amor não passará
teu ninho sou eu você sabia?
teu ninho sou eu meu sabiá
Com base na abordagem teórica da literatura, podemos afirmar que no verso destacado de Mariana, passarinho o autor vale do padrão de rimas:
a) Emparelhadas
b) Cruzadas
c) Interpoladas
d) Variadas
2- Quais são as características da poesia :
a) A poesia apresenta forma fixa sem variações na estrutura.
b) A poesia é exclusivamente da literatura.
c) A poesia pode ser encontrada em diversas manifestações artísticas.
d) A poesia é um gênero literário com características bem definidas.
3- Agora leia o texto "Sepultamento Noturno" e em seguida compare com "Mariana, Passarinho" para responder a questão.
Sepultamento soturno
Transborda ao assoalho o crepúsculo fervente. A noite entra meu quarto, o céu quer ser a gente. Abrupto, fricciona suas unhas na janela, e sangra até comprometer os vidros. Em gemidos indizíveis, inexprimíveis, intransigentes, desfalece n'alvorada, corada lilás, morada azul celeste; o crepúsculo rasteja esfarelando pó aos pés da cama, e sobe, rasteja até minha nudez, e morre no teu ventre; não antes d'um grito catártico, e neste frio antártico, o percebo frágil.
- Dorme Beatriz, que o crepúsculo desfaleceu em mal presságio de fim de noite. E, por Deus, que nenhum astro o vele, ou compareça ao funeral. Dorme Beatriz, que toda noite morre; e nasce, e torna a morrer. Dorme Beatriz, que essa carcaça morta em nossa cama, antes fora céu, a noite, o pobre fora toda escuridão; agora tem besouros a deglutir o que deslizou em cadentes e pululantes estrelas azuis, auroras boreais, luas.
A carcaça goteja sanguinolenta, seu corpo não mais incha agonizante numa vaga respiração obstruída pelas tosses, muitas tosses, e nenhum gemido é proferido - e meu lençol é profanado. A aurora escura encena Hamlet, torna-se silencio. Sinto a cobrar-me comiseração, como se me acusasse indiferença ante o leito. Meu peito plúmbeo, fez-se mausoléu, para a guardar restos mortais desta triste sina.
Começa a gear.
Estou a chorar como quando me batiam. Chorava e soluçava, sentia minhas costelas, sentia meu rosto úmido, ofegava. O leito noturno me comove tanto, que eu volto a ser menino, casto, limpo, um poeta de aliterações. Um anjo.
- Beatriz, quando eu crescer eu quero ser anjo. Como me fascina o céu, o ruflar das penas, as claras vestes. Eu vestiria um vestido de arvoredo, com ossos forjados dos galhos secos, penas de relva, flores e musgo. Eu teria pele de limo, e aroma de alecrim. Beatriz, olhe para mim... quando eu falo com você. Eu seria o anjo do bosque. Porque quando a gente é criança nada é mais bonito que um bosque encantado. Nada é maior que uma floresta. E César, Alexandre, Hieron, Calígula, Nero, Vlad, todos se transmutam em silhuetas verdes, e desaparecem diante dos raios de sol e cânticos das cachoeiras cristalinas. Você entende Beatriz, você já foi criança, quase todo mundo foi. Beatriz, a noite se foi, acorde meu bem.
Quais são os gêneros dos textos “Mariana, passarinho” e “ Sepultamento soturno” :
a) Crônica e poesia .
b) Poema e prosa.
c) Lenda e prosa .
d) Poema e romance.
Poesia é um gênero literário caracterizado pela composição de versos estruturados de forma harmônica. Se utilizarmos de um sentido figurado, poesia é tudo aquilo que comove e desperta sentimentos no leitor ou ouvinte. Identificar uma poesia torna-se fácil quando se compreende a sua estrutura e os elementos que compõem um poema, tais quais o ritmo, os versos e as estrofes, que definem a métrica (recurso consistente na utilização de recursos literários específicos que distinguem o estilo de um poeta) de um poema.
Poesia Lírica de Vinicius de Moraes:
Soneto de separação
“De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.”
Vinícius de Moraes
Análise da Poesia:
Nesta poesia, o eu-lírico apresenta o amor em suas múltiplas manifestações: felicidade, pranto, drama, entrega, espanto, paixão. Com essa postura o poeta intuiu o fim do patriarcalismo nas relações afetivas do Brasil e soube cantar uma nova concepção sentimental, mais concreta, mais livre de preconceitos, mais atento às mulheres. O Soneto da Separação destruiu noções como o da eternidade do amor – dogma do patriarcalismo. O texto poético se refere a um intenso amor vivido, mas que de repente se acabou. Este poema é um Soneto (mais de 14 versos) e 4 versos.
Por ter como uma de
suas principais características a musicalidade, houve a necessidade de
classificação quanto à fonética da poesia lírica. Assim,a rimas foram divididas nas seguinte formas:
Rima perfeita ou consoante: Há compatibilidade
total de sons, havendo repetições tanto nos sons vocálicos quando consonantais.
ouvido/sentido;
presente/ausente;
Rima imperfeita: Há compatibilidade parcial de sons, podendo
ser toante ou consoante.
- Rima toante ou assonante: Ocorrem repetições dos sons vocálicos.
roupa/pouca;
bola/hora;
- Rima consoante ou aliterante: Ocorrem repetições de consoantes.
fez/faz;
tudo/todo;
A métrica de um poema
é extremamente importante; por isso, temos também a classificação
quanto à posição da rima na estrofe:
Rimas alternadas ou cruzadas: Tendem a combinar de
forma alternada, seguindo o esquema de ABAB.
Minha
desgraça, não, não é ser poeta, (A)
Nem na terra de amor não ter um eco, (B)
É meu anjo de Deus, o meu planeta (A)
Tratar-me como trata-se um boneco (B)
(Álvares de Azevedo)
Rimas
emparelhadas ou paralelas: Combinam-se em pares, seguindo o esquema
AABB.
Vagueio campos noturnos (A)
Muros soturnos (A)
paredes de solidão (B)
sufocam minha canção (B)
(Ferreira Gullar)
Rimas
interpoladas ou opostas: Combinam-se em ordem intercalada, seguindo
o esquema ABBA.
Relíquia íntima
Ilustríssimo, caro e velho amigo, (A)
Saberás que, por um motivo urgente, (B)
Na quinta-feira, nove do corrente, (B)
Preciso muito de falar contigo. (A)
(Machado de Assis)
Rimas
encadeadas: Quando as palavras que rimam se posicionam no
final e outra no meio do verso.
Exemplo:
“Salve Bandeira do
Brasil querida
Toda tecida de esperança e luz
Pálio sagrado sobre o qual palpita
A alma bendita do país
da Cruz”
(Francisco
de Aquino Correia)
Rimas mistas
ou misturadas: Não há necessidade de um esquema fixo.
“Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive.”
(Manuel
Bandeira)
Prosa
Prosa, é a forma natural de
fala e escrita, sem a presença de musicalidade, rima, ritmo e outras
peculiaridades utilizadas nas estruturas poéticas. Na sua forma escrita,
trata-se de um texto em parágrafos, em forma de discurso direto ou livre, nos
quais utiliza-se linguagem conotativa-denotativa. Em sumo, na maior parte do
texto usa-se da linguagem denotativa e se retrata a realidade, o concreto de forma
simples, objetiva, clara e direta. A conotação, por sua vez, é utilizada para
finalização do texto.
Diferentemente da poesia, a prosa não se preocupa com métrica, rima e outras formas linguísticas. O texto em prosa é objetivo e pouco ambíguo, isto é, apresenta por norma uma análise e narração sobre determinado assunto, por exemplo.
Diferentemente da poesia, a prosa não se preocupa com métrica, rima e outras formas linguísticas. O texto em prosa é objetivo e pouco ambíguo, isto é, apresenta por norma uma análise e narração sobre determinado assunto, por exemplo.
Sendo assim, existem dois tipos
principais de prosa: narrativa e demonstrativa. A prosa narrativa é a
história ficcional, por exemplo, contos, crônicas, romances: esse conjunto forma
a chamada prosa literária. Já a prosa demonstrativa ou não-ficcional refere-se
a textos mais didáticos, tais como ensaios, cartas, textos jornalísticos, entre
outros.
Dentro desse gênero, temos
também a prosa poética na qual podemos observar elementos típicos da poesia, como sonoridade nas frases, metáfora, elipse, aliteração, etc. A
característica que mais diferencia a prosa poética é a sua capacidade de
apresentar um olhar lírico (com sentimentos) sobre a realidade, o que inclui
aspectos do cotidiano, tal qual vemos em contos como Grande Sertão Veredas, do
Guimarães Rosa, e Lavoura Arcaica, do Raduan Nassar.
Exercícios
1- Leia o texto abaixo e responda:
Mariana, passarinho
Então vai meu passarinho
vai pro sul fazer teu ninho
que eu procuro outro consolo
que eu te espero aqui sozinho
Se é o melhor pra ti
mas saiba que eu te espero
menina eu te quero-quero
menina eu bem-te-vi
Bem te vejo todo dia
quando voa ao meu amor
hoje sei que em nossos beijos
sou eu quem beija-flor
Logo logo eles verão
que essa linda andorinha
que já não digo que é minha
sozinha fez meu verão
Eu até chego a sentir pena
das tuas penas de pardal
que pesam no teu perdão
do teu voo matinal.
Então vai meu passarinho
vai pro sul fazer teu ninho
que eu te espero na gaiola
que eu choro aqui sozinho.
Mas ei pássaro
meu amor não passará
teu ninho sou eu você sabia?
teu ninho sou eu meu sabiá
Com base na abordagem teórica da literatura, podemos afirmar que no verso destacado de Mariana, passarinho o autor vale do padrão de rimas:
a) Emparelhadas
b) Cruzadas
c) Interpoladas
d) Variadas
2- Quais são as características da poesia :
a) A poesia apresenta forma fixa sem variações na estrutura.
b) A poesia é exclusivamente da literatura.
c) A poesia pode ser encontrada em diversas manifestações artísticas.
d) A poesia é um gênero literário com características bem definidas.
3- Agora leia o texto "Sepultamento Noturno" e em seguida compare com "Mariana, Passarinho" para responder a questão.
Sepultamento soturno
Transborda ao assoalho o crepúsculo fervente. A noite entra meu quarto, o céu quer ser a gente. Abrupto, fricciona suas unhas na janela, e sangra até comprometer os vidros. Em gemidos indizíveis, inexprimíveis, intransigentes, desfalece n'alvorada, corada lilás, morada azul celeste; o crepúsculo rasteja esfarelando pó aos pés da cama, e sobe, rasteja até minha nudez, e morre no teu ventre; não antes d'um grito catártico, e neste frio antártico, o percebo frágil.
- Dorme Beatriz, que o crepúsculo desfaleceu em mal presságio de fim de noite. E, por Deus, que nenhum astro o vele, ou compareça ao funeral. Dorme Beatriz, que toda noite morre; e nasce, e torna a morrer. Dorme Beatriz, que essa carcaça morta em nossa cama, antes fora céu, a noite, o pobre fora toda escuridão; agora tem besouros a deglutir o que deslizou em cadentes e pululantes estrelas azuis, auroras boreais, luas.
A carcaça goteja sanguinolenta, seu corpo não mais incha agonizante numa vaga respiração obstruída pelas tosses, muitas tosses, e nenhum gemido é proferido - e meu lençol é profanado. A aurora escura encena Hamlet, torna-se silencio. Sinto a cobrar-me comiseração, como se me acusasse indiferença ante o leito. Meu peito plúmbeo, fez-se mausoléu, para a guardar restos mortais desta triste sina.
Começa a gear.
Estou a chorar como quando me batiam. Chorava e soluçava, sentia minhas costelas, sentia meu rosto úmido, ofegava. O leito noturno me comove tanto, que eu volto a ser menino, casto, limpo, um poeta de aliterações. Um anjo.
- Beatriz, quando eu crescer eu quero ser anjo. Como me fascina o céu, o ruflar das penas, as claras vestes. Eu vestiria um vestido de arvoredo, com ossos forjados dos galhos secos, penas de relva, flores e musgo. Eu teria pele de limo, e aroma de alecrim. Beatriz, olhe para mim... quando eu falo com você. Eu seria o anjo do bosque. Porque quando a gente é criança nada é mais bonito que um bosque encantado. Nada é maior que uma floresta. E César, Alexandre, Hieron, Calígula, Nero, Vlad, todos se transmutam em silhuetas verdes, e desaparecem diante dos raios de sol e cânticos das cachoeiras cristalinas. Você entende Beatriz, você já foi criança, quase todo mundo foi. Beatriz, a noite se foi, acorde meu bem.
Quais são os gêneros dos textos “Mariana, passarinho” e “ Sepultamento soturno” :
a) Crônica e poesia .
b) Poema e prosa.
c) Lenda e prosa .
d) Poema e romance.
4- Leia o versos abaixo :
Pois fazes sucesso em meu peito
Se de saudades o salão tu lotas
E os meus lábios serão teclas
E os teus lábios serão dedos
Pois que então, façamos notas
As palavras em destaque no poema “Olhos musicistas”, se analisadas com base em sua estrutura, apontam para rima:
a) Rima toante: onde a sonoridade da rima não necessariamente está sujeita a repetição do padrão de letras.
b) Rima consoante: onde as letras ao fim da palavra se repetem de modo que construa a sonoridade da rima.
c) Rima toante: onde a sonoridade da ruma esta sujeita a repetição do padrão de letras.
d) Rima consoante: onde as letras ao fim da palavra não se repetem de modo que não construa a sonoridade da rima.
5- Quais são as características da prosa :
a) Texto composto em versos e estrofes, podendo fazer parte a rima e a métrica.
b) Apresenta estrutura maior do que o conto e menor do que o romance
c) A prosa é uma narrativa breve e fictícia apresentando um número menor de personagem.
d) Forma de escrita de um texto em parágrafos apresentando discurso direto e livre.
Gabarito
1- C
2- C
3- B
4- B
5- D
Gabarito
1- C
2- C
3- B
4- B
5- D
Referências:
https://mosqueteirasliterarias.comunidades.net/estudos-sobre-a-poesia-lirica
Grupo composto por:
CAIO HENRIQUE FARIA GOUVEIA | RA: F0860C-3
LARA LETÍCIA DE SOUZA ALVARENGA | RA: N3906F-1
MARIANA VINHAS MOREIRA | RA: N499CG-6
RAIANE DOS SANTOS NOBRE | RA: N4884J-O
VALDEMIR MOREIRA DOS SANTOS | RA: N526AA-0
VITÓRIA MARCELLY | RA: F038CF-5
Grupo composto por:
CAIO HENRIQUE FARIA GOUVEIA | RA: F0860C-3
LARA LETÍCIA DE SOUZA ALVARENGA | RA: N3906F-1
MARIANA VINHAS MOREIRA | RA: N499CG-6
RAIANE DOS SANTOS NOBRE | RA: N4884J-O
VALDEMIR MOREIRA DOS SANTOS | RA: N526AA-0
VITÓRIA MARCELLY | RA: F038CF-5
Muito legal! Parabéns
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